Constitui na absorção de sais minerais do solo necessários para o funcionamento da planta.
Macronutrientes: aqueles requeridos em grandes quantidades por constituírem os principais componentes das moléculas orgânicas (hidrogênio, carbono, oxigênio, nitrogênio, fósforo, magnésio, etc.).
Micronutrientes: comparados aos macro são necessitados em poucas quantidades por atuarem como cofatores de enzimas, substâncias mais específicas (sódio, zinco, ferro, níquel, etc.).
A falta de qualquer substância confere à planta deficiências aparentes.
EXEMPLO: a falta de nitrogênio limita exponencialmente o crescimento do vegetal.
Água + sais minerais = seiva xilemática/mineral, conduzida no vaso denominado xilema: absorvida pelas extremidades das raízes, principalmente pela zona dos pelos absorventes, e depois a seiva vai para a região central da raiz, o cilindro vascular. Esta pode atravessar o:
-
APOPLASTO: conjunto dos espaços externos às membranas celulares, ou;
-
SIMPLASTO: conjunto dos citoplasmas das células da epiderme e do córtex.
OBS: para chegar até a parte central, a água e os sais minerais dissolvidos deve obrigatoriamente passar para o meio intracelular das células endodérmicas, então:
Caso ocorra pelo apoplasto: as células endodérmicas e as estrias de Caspary impedem essa seiva de deslocarem-se extracelularmente e a segunda especificamente ajuda na permanência da substância na planta.
CONDUÇÃO DA SEIVA MINERAL:
As células de transferência agora impulsionam a seiva até os elementos xilemáticos, consumindo ATP, ADP e fosfato.
Das raízes até as folhas, a seiva é deslocada por um sistema denominado hipótese da coesão-tensão-adesão:
-
Coesão: moléculas de água ligadas por pontes de hidrogênio (ligações fortes) – coesas entre si;
-
Tensão: a exposição ao sol e ao calor causa a transpiração (liberação de água por diversas estruturas) = quando se perde uma molécula de água, se cria uma tensão entre todas as moléculas ligadas, puxando-as pra cima, contra a gravidade;
-
Adesão: polaridade da água e dos outros compostos xilemáticos auxilia o processo pois se cria maior adesão entre as substâncias da seiva.
Fonte: https://biogilde.files.wordpress.com/2009/05/tensaocoesaoadesao.jpg?w=584
NUTRIÇÃO MINERAL DAS PLANTAS
É a absorção de elementos orgânicos que nutrem uma planta, estes resultantes da fotossíntese.
No processo da fotossíntese são utilizadas pela planta luz, gás carbônico e água (fonte de energia e matérias-primas, respectivamente). Produz, então, gás oxigênio liberado para a atmosfera e glicídios (sacarose e amido principalmente) absorvidos como nutrientes.
Solução de matéria orgânica = seiva floemática/orgânica, distribuída através do vaso condutor denominado floema.
TROCAS GASOSAS:
Elas ocorrem através dos estômatos:
Fonte: https://4.bp.blogspot.com/-uGTDTw7Ng-o/VPyv95ygqwI/AAAAAAAANd0/w82G15BHjqU/s1600/Sem%2Bt%C3%ADtulo1001.png
Quando o estômato está túrgido, o ostíolo fica aberto, e quando perde água, se fecha. Este movimento é coordenado pelas células-guarda representadas, estas cheias de cloroplastos. Ele ocorre graças à mudança de curvatura das paredes celulares com a presença ou falta de água.
OBS: o formato dos estômatos pode mudar de acordo com o tipo de planta.
TRANSPIRAÇÃO (estomática):
As células-guarda se enchem de água, suas paredes celulares de curvam e o ostíolo é aberto, liberando a água e absorvendo gás carbônico.
OBS: a transpiração também ocorre em níveis baixíssimos quando os ostíolos estão fechados – transpiração cuticular.
ABERTURA DOS ESTÔMATOS: depende da concentração de gás carbônico, luminosidade e suprimento hídrico (disponibilidade de água).
A movimentação estomática se deve à entrada e saída de cátions de potássio nas células-guarda. A presença deles acontece pela exposição da planta à luz ou sob baixa concentração de CO2. Consequentemente, as células-guarda absorvem água por osmose e abrem o ostíolo. Caso as condições sejam contrárias, as células estomáticas perdem íons K+, o que baixa sua pressão osmótica e faz elas perderem água, fechando o ostíolo.
OBS: um hormônio vegetal – o ácido abscísico – estimula a saída de íons das células para que se fechem na falta de água, evitando perda desnecessária.
NUTRIÇÃO ORGÂNICA DAS PLANTAS
FATORES QUE AFETAM A FOTOSSÍNTESE
Concentração de CO2 na atmosfera: no ambiente natural, nas condições ideais de luminosidade e temperatura, a planta não realiza a taxa máxima de fotossíntese que é capaz, pois não há gás carbônico suficiente para tal. O CO2 é um fator limitante já que sua concentração na atmosfera varia de 0,03% a 0,04%, enquanto os experimentos que submetem as plantas a porcentagens maiores indicam que sua capacidade aumenta em função da concentração até 0,35%, onde atinge o seu ápice.
https://pt.slideshare.net/astrobiologia/aula-4-atmosfera
https://planetabiologia.com/a-atmosfera-terrestre-composicao-camadas-e-gases/
Temperatura: plantas mantidas nas condições ideais de luminosidade e concentração de gás carbônico atmosférico aumentam sua taxa de fotossíntese de acordo com o aumento da temperatura. No entanto, a partir de 35oC, o aumento da temperatura é prejudicial para a planta: não apenas na fotossíntese, mas também da maioria das reações vitais, já que as enzimas celulares desnaturam-se em temperaturas altas.
Luminosidade: nas condições ideais dos outros fatores, pode se observar que a taxa de fotossíntese aumenta de acordo com o aumento da intensidade luminosa, até que esta atinja o chamado ponto de saturação. A eficiência do processo também varia de acordo com os comprimentos de onda utilizados, tendo em vista que a clorofila é mais eficiente na absorção de luz azul, violeta e vermelha, praticamente não absorvendo luz verde.
https://www.groho.pt/post/iluminacao-artificial-para-o-crescimento-das-plantas-hidroponia?locale=pt
Livro de biologia
http://bioaulanet.blogspot.com/2012_07_29_archive.html
RELAÇÃO ENTRE FOTOSSÍNTESE E RESPIRAÇÃO
Apesar de os processos bioquímicos serem completamente distintos, as equações gerais da respiração e da fotossíntese são inversas: isso significa que a própria planta aproveita parte dos produtos da fotossíntese como fonte de energia para o funcionamento de suas células.
https://www.biologianet.com/biologia-celular/respiracao-celular.htm
https://conhecimentocientifico.r7.com/respiracao-celular/
DURANTE O DIA: a planta faz fotossíntese, onde consome gás carbônico e produz gás oxigênio; eliminando a maior parte deste através dos estômatos. Ao mesmo tempo também respira, utiliza parte do oxigênio produzido na fotossíntese. Nesse processo, libera o gás carbônico, utilizado na fotossíntese.
DURANTE A NOITE: Não faz fotossíntese, pois não há luz, mas não deixa de respirar. Para isso, utiliza, então, o oxigênio acumulado no mesofilo. O gás carbônico produzido nesse momento vai ser reservado no mesofilo para ser utilizado assim que amanhecer na fotossíntese.
PONTO DE COMPENSAÇÃO FÓTICO
Existe um ponto em que todo o gás oxigênio liberado na fotossíntese é utilizado na respiração e todo o gás carbônico produzido na respiração é utilizado na fotossíntese. Assim, nesse, a planta não realiza trocas gasosas com o ambiente.
Esse fenômeno ocorre em uma determinada intensidade luminosa, conhecida como ponto de compensação fótico/ ponto de compensação luminosa. Se a planta não receber, pelo menos algumas horas por dia, uma intensidade maior de luz do que a disponibilizada nesse ponto, não irá crescer, senão não haverá matéria orgânica disponível para o crescimento.
http://www.biowiki.com.br/doku.php?id=ponto_de_compensacao_fotico
Esse ponto varia de acordo com as diferentes espécies de plantas:
PLANTAS HELIÓFILAS/ DO SOL: possuem um ponto de compensação elevado, só conseguindo viver em locais de alta luminosidade.
PLANTAS UMBRÓFILAS/ DA SOMBRA: possuem pontos de compensação fóticos mais baixos, necessitando de menos luminosidade e podendo viver em ambientes mais sombreados.
https://pt.slideshare.net/catir/factores-abiticos-luz-2982952
CONDUÇÃO DA SEIVA FLOEMÁTICA
ANÉIS DE MALPIGHI: No século XVII, o pesquisador italiano Marcello Malpighi fez um experimento com o qual chegou a uma hipótese, que veio a ser comprovada anos depois: as substâncias orgânicas produzidas nas folhas são transportadas pelas camadas mais externadas do caule, o que se pode observar na remoção de um anel de casca no caule (o anel de Mapighi). Com está retirada, o floema é interrompido e o se bloqueia o fluzo de seiva orgânica, que passa a se acumular na região imediatamente acima da retirada, o que resulta em maior crescimento dos tecidos e inchaço da região. Se a operação fosse feita no caule principal, a planta morreria, pois as raízes não receberiam o alimento enviado pelas folhas.
https://www.slideserve.com/tracen/fisiologia-vegetal
Imagem do livro
Pelo floema, as substâncias orgânicas que alimentam a planta se deslocam das células onde são produzidas ou armazenadas, chamadas de fontes, para as células onde serão utilizadas, drenos.
FONTES: células produtoras, como as que realizam fotossíntese e se localizam principalmente no mesofilo das folhas; ou células armazenadoras, como a de parênquimas de raiz e caule, ou as células de frutos e sementes.
DRENOS: células consumidoras que não realizam fotossíntese e precisam importar seu alimento dos locais de produção ou armazenamento,
Na semente em germinação, a principal fonte que leva seiva orgânica para o embrião é o cotilédone, que envia substâncias orgânicas para a radícula e para o eixo epicótilo-hipocótilo.
Nas plantas já formadas, (1) as folhas mais jovens enviam seiva orgânica para as extremidades do caule em crescimento, enquanto (2) as folhas mais velhas para as raízes e (3) as intermediárias enviam para ambos os destinos mencionados. Durante a fase reprodutiva, a maioria das células produtoras e armazenadoras envia substâncias orgânicas para os frutos e as sementes em formação.
CONDUÇÃO DA SEIVA ORGÂNICA
A HIPÓTESE DO FLUXO DE MASSA/hipótese do desequilíbrio osmótico, proposta inicialmente pelo botânico alemão Ernst Münch, é a mais aceita para o deslocamento da seiva orgânica:
Nas fontes (regiões de produção e armazenamento) há um bombeamento ativo de substâncias orgânicas solúveis, principalmente sacarose, para o interior dos elementos floemáticos. Com isso, a pressão osmótica no interior do floema torna-se maior que nas células vizinhas e ele passa a absorver água, que acaba criando um fluxo que arrasta as moléculas orgânicas em direção a seus destinos (drenos), onde serão ativamente absorvidas.
Essa absorção, por sua vez, faz com que a pressão osmótica diminua no interior dos elementos floemáticos próximos a ela e, por consequência, a água saia dos vasos, contribuindo para a manutenção do fluxo.
Imagem do livro
No esquema abaixo, que ajuda a entender como funciona esse fluxo, a bolsa A, formada de uma membrana semipermeável e com uma solução de glicídios, representa a fonte; a bolsa B, com uma membrana semipermeável e água pura, os drenos; e o tubo representa os elementos floemáticos.
Mergulhado em um recipiente com água pura, a bolsa A retira água do recipiente por osmose, formando uma pressão que força o líquido com as moléculas de glicídios fluir para a bolsa B. O fluxo só para quando a quantidade de glicídios se equivale nas duas bolsas, o que não acontece nas plantas, já que o dreno está sempre consumindo as substâncias que nele chegam.
Imagem do livro
A IMPORTÂNCIA DA OSMOSE PARA AS PLANTAS
Grande parte da sustentação corporal das plantas decore da pressão de líquidos intracelulares, que faz as células se tornarem túrgidas e as paredes enrijecerem, assim como uma bola de futebol cheia de ar.
A água é absorvida pelas células vegetais através da osmose (processo em que a água passa em maior quantidade da solução menos concentrada (hipotônica) para a mais concentrada (hipertônica). Quando as duas soluções têm quantidades equivalentes de soluto, elas são chamadas de hipotônica e não ocorre osmose.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/osmose-2.htm
Quando uma célula vegetal é mergulhada em uma solução hipertônica, ela perde água e seu vacúolo central diminui de volume: por consequência, o citoplasma se retrai e a membrana plasmática se descola parcialmente da parede celular, fenômeno conhecido como plasmólise.
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/osmose-2.htm
O potencial osmótico das células vegetais é utilizado em várias atividades fisiológicas, entre elas a absorção de água pelas raízes e o transporte de seiva mineral e orgânica.
https://slideplayer.com.br/slide/366726/
HORMÔNIOS VEGETAIS
Os hormônios vegetais (fitormônios) são substâncias orgânicas produzidas em determinadas regiões da planta e que migram para locais onde exercem seus efeitos, sendo responsáveis pelo desenvolvimento das plantas em suas diversas manifestações. Cada um deles atua em pequenas quantidades sobre células específicas, as chamadas células-alvo do hormônio.
Os hormônios vegetais, responsáveis pelo controle da divisão celular, do crescimento celular e da diferenciação das células, se dividem em cinco principais grupos: auxinas, giberelinas, citocininas, ácidos absísico e etileno, além de outros fitormônicos que ainda estão no processo de identificação pelos pesquisadores.
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AUXINAS: as primeiras substâncias identificadas como fitormônios, controlam diversas atividades nas plantas, como os tropismos, o desenvolvimento das gemas laterais e de frutos.
- Ácido indolacético (AIA): seus efeitos podem ser simulados por substâncias artificiais, as chamadas auxinas sintéticas, como o 2,4-D (ácido 2,4-diclorofenoxiacético) que é tóxica para eudicotiledôneas, mas não para monocotiledôneas. É utilizada como herbicida no controle de ervas daninhas em gramados e em campos de cultivo de cereais.
- Ácido naftalenoacético: para facilitar a propagação vegetativa de árvores por meio da estaquia ou para evitar a queda precoce de frutos em plantas de interesse comercial é utilizado, induzindo a formação de raízes adventícias em ramos.
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Morfofisiologia_vegetal/morfovegetal35.php
Efeitos da auxina no desenvolvimento:
Darwin e Francis estudaram a tendência que plantas jovens têm de curvar-se em direção a uma fonte lateral de luz, esse comportamento é chamado de fototropismo positivo. Através de algumas experiências eles perceberam que a extremidade dos coleóptilos percebe a posição da fonte de luz e leva o caule a se curvar em direção a ela.
As auxinas são produzidas na extremidade dos coleóptilos de gramíneas e nos ápices caulinares das plantas. Sua produção ocorre em frutos, sementes e folhas jovens. Através dos locais de síntese, as auxinas se deslocam ativamente, ou seja, com gasto energético, pelas células parenquimáticas da bainha dos feixes vasculares. As auxinas se deslocam dos meristemas em direção à base de folhas, do caule e ápice das raízes. Esse transporte é polar e independente.
Uma importante consequência das auxinas é provocar o alongamento de células recém formadas a partir dos meristemas, promovendo o crescimento de raízes e caules. A auxina promove o crescimento máximo das células se a concentração for adequada, mas se for excessivo pode inibir o alongamento celular. A raiz é mais sensível às auxinas do que o caule. A sensibilidade varia nas diferentes partes da planta.
As auxinas também participam na formação dos frutos. As sementes em desenvolvimento liberam auxinas que atuam na parede do ovário, que leva ao desenvolvimento do fruto, por isso, as sementes não se formam e o fruto não se desenvolve se a fecundação não ocorrer.
Há desenvolvimento do fruto sem fecundação se forem aplicadas auxinas sobre o ovário de algumas plantas. Essa técnica é utilizada para a produção de frutos partenocárpicos, que não possuem sementes. Porém há frutos partenocárpicos naturais, como a banana, laranja-baía, nesses casos os ovários produzem quantidade suficiente de auxina, por isso mesmo sem a formação de sementes, o fruto se desenvolve.
Auxina e dominância apical:
Dominância apical é a forte inibição que as auxinas, produzidas pelo meristema apical do caule, exercem sobre as gemas laterais, que mantem elas em estado de dormência. Essa inibição é percebida quando se remove a extremidade de um ramo. As gemas laterais, nas axilas das folhas entram em desenvolvimento e produz ramos laterais. Com a remoção do meristema apical as gemas laterais saem da dormência e produzem ramos, mas se aplicarmos auxina no corte, o desenvolvimento das gemas continuará inibido, pois esse hormônio é responsável pela inibição.
Auxinas e Abscisão:
O fenômeno de abscisão ocorre a partir de mudanças químicas e estruturais do pecíolo. Em decorrência disso, ocorre a queda de flores, folhas e frutos. A abscisão ocorre mais comumente em plantas mais velhas, pois a medida que o tempo passa, as flores, frutos e folhas produzem menos auxina que é a substância responsável por impedir esse fenômeno. Ou seja, com o passar do tempo, as plantas produzem menos auxina, o que acarreta a abscisão.
Com a diminuição da produção de auxinas, na base do pecíolo, se formam duas camadas transparentes: a camada de abscisão e a camada de proteção. A camada de abscisão é formada de paredes finas que são quebradas por enzimas e se desprendem do caule. A camada de proteção é formada por uma parede de suberina que impede a seiva de chegar até as folhas ou frutos ou flores. Após a queda, a parede de proteção permanece formando uma cicatriz no nó.
Giberelinas:
O cientista japonês E. Kurosawa em 1926 estudava sobre algumas plantas de arroz para entender o motivo de algumas delas serem altas e descoloridas. Ele descobriu que tal fenômeno decorria da influência de fungo parasita chamado Giberella fujikuroi. Alguns anos depois, outros cientistas conseguiram isolar essa substância e nomeou-a como giberelina. Desde então, essa substância foi encontrada em diversos vegetais saudáveis. Entre elas, a mais estudada é o ácido giberélico, ou GA, substância que é similar a encontrada no fungo G. fujikuroi.
As giberelinas são produzidas no meristema do caule, pelas sementes e pelos frutos e sendo provavelmente transportada pelo xilema. Sua principal função é promover o crescimento da planta, porém seu efeito é pouco significativo nas raízes.
Plantas anãs são conhecidas por não produzirem giberelinas responsáveis pelo crescimento do caule. Um exemplo disso é a famosa ervilha-anã, usada por Mendel no seu experimento de hereditariedade. Ela não possui a GA, mas possui outras giberelinas. Nesse caso, essas plantas produzem uma forma inativa da enzima que catalisa a produção desse hormônio. Se for aplicado de forma adequada uma certa quantidade de GA em ervilhas-anãs, elas cresceram normalmente.
Outro ponto importante das giberelinas é o papel que exercem na germinação das sementes. O embrião libera giberelinas, que se difundem para os tecido da semente e estimulam a síntese de enzimas hidrolíticas, que degradam moléculas orgânicas armazenadas no endosperma e nos cotilédones, o produto disso é açúcares e aminoácidos, que é absorvido e utilizado como matéria prima para o para o crescimento do embrião.
As giberelinas também promovem o desenvolvimento de frutos partenocárpicos, como tangerinas e pêssegos, pois nesses casos a auxina é incapaz de induzir frutos sem semente.
Citocininas:
São fitormônios que atuam estimulando a divisão celular, em associação com auxinas. Esses hormônios estão em sementes em germinação, frutos e folhas em desenvolvimento e pontas de raízes, em locais em que há grande proliferação celular. Seu transporte ocorre por meio do Xilema. Atuam também no controle da dominância apical. As citocininas tem o efeito contrário das auxinas, estimulam o desenvolvimento das gemas laterais.
Outro efeito importante das citocininas é retardar o envelhecimento da planta. O tipo de órgão vegetal que surge depende da relação entre a quantidade de auxina e citocinina adicionadas ao meio, por exemplo, quando a concentração é equivalente as células vão se multiplicar, porém não vão se diferenciar, formando uma massa celular chamado calo. Se a concentração de auxina é maior que a de citocina o calo forma raízes. Se a concentração de citocina é maior, o calo forma brotos.
foto do livro
Ácido abscísico:
O ácido abscísico ou ABA é produzido nas sementes e folhas e ele é transportado pelo floema (folhas) ou pelo xilema (raízes).
Este ácido foi nomeado dessa maneira pelo fato de se acreditar que ele era o responsável pela queda das folhas em algumas árvores. Hoje já se sabe que este ácido não causa abscisão, porém o nome continua sendo usado.
A verdadeira função do ácido abscísico é impedir o crescimento durante o inverno e proteger contra situações adversas. Por exemplo, quando há ocorrência de seca, o ABA, é deslocado pelo xilema até as folhas, fazendo com que as células do estômato eliminem potássio e percam água.
Outra função é a dormência de sementes, impedindo a germinação prematura. Algumas sementes de milho não produzem o ABA e por isso germinam ainda na espiga. Em climas áridos, algumas plantas só são capazes de nascer depois de serem banhadas pela chuva, que retira o excesso de ABA.
Etileno:
O etileno é uma substância gasosa que se distribui por difusão entre os espaços intercelulares. Sua principal função é o amadurecimento dos frutos. Por exemplo, quando bananas são colhidas ainda verdes, elas são amadurecidas ao se queimar serragem sobre elas. Essa queima gera etileno.
Outra função do etileno é a abscisão juntamente com as auxinas. Em clima temperado, muitas plantas não produzem auxinas no outono. Então a abscisão é causada diretamente pelo etileno. Esse efeito ocorre para diminuir a atividade no inverno e retorna depois na primavera.
É o crescimento de uma planta em resposta a um estímulo externo, por exemplo, quando a planta cresce em direção à fonte de estímulo, se denomina tropismo positivo, quando cresce em direção oposto é tropismo negativo.
FOTOTROPISMO
O fototropismo (do grego photos, luz) é o crescimento das plantas orientado em direção a algum estímulo luminoso. Como exemplo temos os caules, que tendem a crescer em direção a fonte de luz, fenômeno denominado como fototropismo positivo. No entanto, também existe o fototropismo negativo, no qual o crescimento ocorre no sentido contrário da fonte luminosa, como as raízes.
TROPISMOS
Um exemplo, facilmente observado na natureza, é o girassol, o qual recebe esse nome por se movimentar conforme a direção da luz solar (fototropismo positivo).
AÇÃO DAS AUXINAS
Um hormônio vegetal produzido pelo meristema apical do caule chamado de auxina, é o principal responsável pelo alongamento das células vegetais e consequentemente do fototropismo, já que são influenciadas pela luz.
Muitos experimentos mostram que, quando uma planta recebe iluminação apenas de um lado, a auxina migra para o lado mais escuro ou sombreado da planta. Dessa forma, ocorre o acúmulo desse hormônio nessa região, que cresce mais que o lado exposto à luz, provocando a curvatura do caule em direção à luminosidade.
FISIOLOGIA VEGETAL
GRAVITROPISMO
O gravitropismo (do grego gravis, pesado), é o crescimento das plantas influenciado pela ação gravitacional da Terra. Um exemplo de gravitacionismo positivo são as raízes, as quais crescem em direção ao solo. Já os caules crescem em direção oposta da força gravitacional, apresentando gravitropismo negativo
AÇÃO DAS AUXINAS
As auxinas também estão presentes nesse fenômeno. Na imagem abaixo podemos ver um experimento que, ao virar um vaso para a posição horizontal, as auxinas migram para o lado da planta voltado para baixo. Assim, as células desse lado se alongam mais do que o lado oposto, e o caule se curva para cima.
Nas raízes, o aumento da auxina no lado voltado para baixo inibe o alongamento celular. Então, nesse caso, são as células do lado oposto que se alongam mais, curvando a raiz para baixo.
TIGMOTROPISMO
MOVIMENTOS NÁSTICOS
Os movimentos násticos, exemplos de movimentos vegetais que não interferem no crescimento da planta como os tropismos, ocorrendo sem orientação de um fator externo.
Alguns tipos de nastismos estão relacionados a mudanças no turgor de determinadas células. Temos como exemplo a sensitiva ou dormideira (Mimosa pudica), uma planta que fecha rapidamente seus folíolos estimulados um pequeno toque.
O dobramento desses folíolos é consequência da alteração do turgor do pulvino, uma estrutura encontrada na base dos folíolos. Quando elas recebem o toque, as células da parte superior dos pulvinos liberam íons de potássio, ocorrendo a diminuição da pressão osmótica e a perda de água para as células vizinhas.
A diminuição do turgor dessas células provoca o fechamento dos folíolos, reação que se propaga (devido à despolarização das membranas celulares) para as outras folhas, que se dobram.
Outro exemplo são as plantas carnívoras (Dionaea sp.), as quais fecham suas folhas ao sentirem a movimentação ou toque de suas possíveis presas. Esses movimentos vegetais, apesar de parecerem simples e pouco importantes, são essenciais para a adaptação dos vegetais no meio ambiente e para a sobrevivência da espécie.
Várias plantas, com alterações na turgescência de células localizadas em um dos lados da base dos pecíolos, abrem suas folhas durante o dia e as fecham à noite.
FITOCROMOS E DESENVOLVIMENTO
O fitocromo é a proteína que possibilita que as plantas respondam a estímulos luminosos. A molécula de fitocromo é capaz de assumir duas formas, as quais se transformar uma na outra: o fitocromo P e o fitocromo Pfr. Ao absorver luz vermelha de comprimento de onda por volta de 660 nm, o fitocromo P (phytocrome red, fitocromo vermelho) se transforma e fitocromo Pfr (phytocrome far red, fitocromo vermelho longo). Mas, também ocorre o inverso, quando o fitocromo Pfr se transforma em fitocromo P, fenômenos que acontece no escuro ao observar luz vermelha de comprimento de onda mais longa, em torno de 730 nm.
A luz solar apresenta comprimentos de onda compatíveis ao vermelho longo e ao vermelho ao mesmo tempo, por isso que durante o dia as plantas têm as duas formas de fitocromo (com uma predominância de fitocromo Pfr). Já durante à noite, ocorre de forma espontânea, a transformação de fitocromo Pfr para fitocromo P. Essa conversão pode ser total, dependendo do período sem luminosidade, tendo como exemplo o fim de uma longa noite durante o inverno.
LUZ E GERMINAÇÃO DE SEMENTES
Algumas espécies de plantas só conseguem germinar com estímulo luminoso, enquanto outras não. As sementes pequenas como de alface, têm uma característica adaptativa de dependência de luz para a germinação. Isso ocorre pelo fato de essas sementes não terem muitas reservas nutritivas, precisando germinar o mais perto da superfície do solo, para que então, consigam receber energia para a produção de seu próprio alimento.
Fotoblastismo (do grego photos, luz e blástos, brotos) é denominado a influência da luz na germinação. Sementes de alface,que necessitam de luminosidade para brotar, são chamadas de fotoblásticas positivas; as que não necessitam, são chamadas de fotoblásticas negativas.
As sementes fotoblásticas positivas precisam da luz solar pelo fato de sua germinação ser induzida pelo fitocromo Pfr (formado durante períodos com luz). Alguns experimentos que expõe determinada planta a alternados lampejos de luz vermelha de comprimento de onda de 660 nm e de luz vermelha longa de comprimento de onda de 730 nm, mostram que a semente responde germinando somente à luz vermelha, pois induz a conversão de fitocromo P em fitocromo Pfr.
Já na luz vermelha longa, que transforma fitocromo Pfr em fitocromo P, as sementes não reagem. Dessa forma, pode-se afirmar que a germinação de sementes fitoblásticas positivas é induzida pelo fitocromo Pfr.
LUZ E ESTIOLAMENTO
O estiolamento é o crescimento de plantas no escuro e apresenta um conjunto de características: folhas pequenas, caule alongado, gancho pronunciado e cor amarelada (os plastos não produzem clorofila na ausência de luz).
A maioria das espécies de sementes consegue germinar ao serem enterradas profundamente no solo. Trata-se de um fenômeno adaptativo, já que, o crescimento rápido faz a planta logo atingir a superfície. O Isso, de certa forma, protege as plantas recém-germinadas do atrito com o solo e faz com que elas cresçam mais rapidamente em direção à luz.
LUZ E FLORAÇÃO
FOTOPERIODISMO
Fotoperiodismo é o comportamento das plantas em resposta às variações do comprimento do dia, do período luminoso. A floração das plantas é intrinsecamente relacionada ao fotoperiodismo, um exemplo para isso é algumas flores só florescerem em agosto, outubro...
CLASSIFICAÇÕES:
Planta de dia curto
Florescem quando o período de iluminação é inferior a um número x de horas, denominado fotoperíodo crítico. De forma geral, essas plantas florescem no início da primavera ou do outono, como por exemplo o morango.
Planta de dia longo
Florescem quando o período de iluminação é superior ao fotoperíodo crítico. De forma geral, essas plantas florescem no verão, como o espinafre.
Plantas neutras
Florescem independentemente do fotoperíodo crítico. A floração, então, ocorre devido a outro estímulo, como um período de frio ou de calor, como por exemplo, o tomate.
O fitocromo Pfr atua como inibidor da floração em plantas de dia curto e elas só florescem em estações do ano que as noites são longas. A explicação para isso é que na falta de luz (escuridão), o fitocromo Pfr se converte para fitocromo P, não mais inibindo a formação de flores.
Já nas plantas de dia longo, só formam flores em períodos de noites curtas, visto que que o fitocromo Pfr o responsável da sua floração. Em dias que se tem muito tempo de escuridão essas plantas não florescem, pois grande parte (ou todo) do fitocromo Pfr se converte para o fitocromo P.
A vernalização é a necessidade do frio para as plantas florescerem, como no caso do trigo
O tigmotropismo (do grego thigma, toque) ocorre em plantas que quando entram em contato com um objeto sólido e começam a crescer em volta dele. Observa-se o tigmotropismo em plantas trepadeiras e plantas que possuem gavinhas, que crescem enroladas em diversos tipos de suporte.